quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um líder carismático gera novos líderes?

A perpetuação da empresa precisa de líderes educadores.

Na quarta-feira dia 5 eram 18h00 e estava terminando uma aula quando veio pelo twitter a notícia da morte de Jobs. Uma mistura de tristeza e de dúvida veio a minha mente. Tristeza, pois o Steve Jobs era uma figura carismática, um líder inovador e ter vivido e utilizado algumas de suas invenções o fez uma pessoa querida. Dúvida em relação ao futuro da Apple que Jobs fundou, foi demitido, voltou e a transformou na empresa mais valiosa em agosto de 2011.'


Jim Collins no seu livro “Feitas para vencer”, relata que as organizações lideradas por indivíduos carismáticos tendem a ficar na deriva quando eles partem de forma abrupta. Um exemplo citado pelo autor é a Disney quando Walt faleceu. Foram quase 10 anos de inércia e falta de rumo.

O líder carismático gera admiração e isso facilita muito a influência dele no dia a dia. Esse carisma permite unir o grupo por uma causa e também dificulta o próprio grupo no questionamento das decisões do líder. As pessoas tendem a perdoar as falhas e mitificar as suas conquistas. Essa dependência de Jobs será colocada a prova nos próximos anos. Vale lembrar que o período que Jobs ficou fora da Apple foi um dos mais difíceis para a empresa.

As pessoas que estão no poder na Apple são desconhecidas para muita gente, e será difícil imaginar que elas assumam as dimensões míticas de Steve Jobs. Michael Gartner, um conceituado analista de tecnologia disse que “a única coisa que certamente mudará na Apple agora é que não vamos mais ver apenas uma só pessoa que se apresente como manifestação física de tudo o que é Apple”. Estarei na torcida para que essa transição da liderança na empresa mais desejada atualmente seja o menos caótica possível.

Collins sugere quatro ações para que um líder coloque o seu carisma a serviço da organização:

Lidere com perguntas, não com respostas;
Envolva-se no diálogo e no debate, não na coação;
Faça autópsias, mas não jogue a culpa nos outros;
Crie mecanismos de “bandeira vermelha” (mecanismo que possibilite a liberdade de opinião);

A Dicaduka é Stay hungry, stay foolish! Foi que essa frase que Jobs encerrou o já legendário discurso na Universidade de Stanford, ou seja, mantenha-se faminto por coisas novas, mantenha-se certo de sua ignorância. Continue ávido por aprender, continue ingênuo e humilde para procurar. Tenha fome de vida e sede de descobrir.





Paulo Campos / 2011.10.13

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