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segunda-feira, 16 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
APRENDENDO A TRABALHAR EM TIME
Autor:
Marcelo Karam Guerra |
Estaremos enganados se pensarmos que todo grupo, seja em escola ou ambiente de trabalho, ao receber uma tarefa, encontrará, natural e rapidamente uma forma de trabalhar em cooperação, em um clima de satisfação e de resultado. |
Trabalhar em grupo e com grupo é um processo de aprendizagem. Requer adquirir conhecimento e desenvolver habilidades pessoais e interpessoais. |
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ENTENDENDO GRUPOS |
Pode-se analisar um grupo através de sua composição, estrutura e ambiente. Neste caso, estudam-se as pessoas que compõem o grupo, as posições relativas que elas ocupam no grupo, suas relações entre si e o espaço físico e psicológico do grupo. |
Pode-se também, estudar um grupo considerando sua dinâmica, os componentes que constituem forças em ação e que determinam os processos de grupo. |
Visualizando-se o grupo como um campo de forças em que umas concorrem para movimentos de progresso do grupo e outras para dificuldades ou retrocesso do grupo, algumas delas ressaltam no funcionamento grupal. São elas: Objetivos; Motivação; Comunicação; Processo Decisório; Relacionamento; Liderança; Inovação. |
Estes elementos influem na definição de normas, funcionamento e estabelecimento do ânimo do grupo. |
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COMPONENTES PRINCIPAIS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO |
Para compreender o momento do grupo, várias indagações podem ser feitas a respeito dos componentes principais: |
Objetivos |
Há um objetivo comum a todos os membros do grupo? |
Até que ponto este objetivo é suficientemente claro, compreendido e aceito por todos? |
Motivação |
Qual o nível de interesse e entusiasmo pelas atividades do grupo? |
Quanta energia individual é canalizada para o grupo? Para a busca do resultado? No foco da solução de problemas? |
Comunicação |
Todos falam livremente ou há bloqueios no grupo? |
Há espontaneidade nas colocações ou cautela deliberada? Há troca de feedback, aberto e direto? A comunicação é eficiente, assertiva e significativa? Há entendimento quando as pessoas se comunicam ou existem muitos ruídos na comunicação? |
Processo Decisório |
Como são tomadas as decisões no grupo? |
Com que frequência as decisões são unilaterais, por imposição de quem detém o poder? Ou elas são discutidas com a participação dos membros do grupo, buscando o consenso. |
Relacionamento |
As relações entre os membros são harmoniosas, propícias à cooperação e ao diálogo? |
As relações mostram-se conflitivas e indicam competição (ganha – perde) clara ou velada, entre os membros? |
Liderança |
Como é exercida a liderança? Quem a exerce? Em que circunstâncias? |
Quais os estilos de liderança mais usuais no grupo? Como se distribui o poder no grupo? |
Inovação |
Como são recebidas ideias novas, sugestões de mudanças nos procedimentos? |
Até que ponto exercita-se a criatividade no grupo? Como o grupo lida com o erro (busca pelos culpados ou oportuniza aprendizagem e melhoria)? |
As pessoas que compõem o grupo trazem seus valores, sua filosofia e orientações de vida. A interação permite conhecimento mútuo e identificação de alguns pontos comuns que servirão de base para a elaboração de normas coletivas. |
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MODALIDADE DE INTERAÇÃO GRUPAL |
A interação humana é multidimensional. O processo de interação humana supõe necessariamente comunicação, mesmo que exista intenção contrária. Estamos sempre comunicando algo, seja por meio de palavras ou outros meios não-verbais, tais como gestos, postura corporal, posição e distância em relação aos outros. |
O simples fato de estar em presença do outro modifica o contexto perceptivo de cada um, promovendo interação – que afinal é comunicação – com mensagens emitidas e recebidas de cada participante da situação conjunta. Quando alguém, em presença de outros, fica silencioso, afasta-se, vira-se de costas, etc., na verdade está interagindo e comunicando algo aos demais, como por exemplo, disposição para não dialogar, constrangimento, ressentimento, agressão ou qualquer outro sentimento negativo. |
O problema é que existem interesses e necessidades ocultas que afastam os membros do grupo de suas tarefas óbvias |
Assim, em uma sala de aula, um aluno desatento (por estar preso à algum problema familiar), outro agressivo(porque é a forma como se defende da interação com outras pessoas e é competitivo), unem-se a outro bastante disperso e brincalhão(porque seu real |
interesse é o esporte) e divide as forças do grupo, que teria todas as condições intelectuais de aprender determinado conteúdo em menos tempo. |
Quando cada aluno cruza a porta da sala de aula, todo o grupo se transforma em um caldeirão de emoções conflitantes algumas positivas outras não, mas que interferem favoravelmente ou não na realização da tarefa. |
Para fazer com que o grupo aperfeiçoe seus recursos e aprenda melhor as situações é fundamental considerar as modalidades de interação. |
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Modalidade Tarefa |
Este modo de agir é pensar sobre a situação conscientemente, procurar e aplicar princípios, buscar dados necessários e relevantes, elaborar soluções para as dificuldades. Envolve tentativas de compreender e lidar com as realidades da situação e de análise de fatores importantes como base para qualquer ação que possa ser efetuada. |
Modalidades Emocionais |
É um segundo modo de reagir que consiste em responder emocionalmente à situação. As respostas emocionais podem tomar várias formas. |
Dependência |
As pessoas ficam passivas esperando o que fazer e esperam o professor ou líder definir o que devem fazer. Se isto não ocorre, podem ficar irritados e o culpam por isto. Se o líder atende a esta expectativa constantemente, reforça a atitude imatura e dependente, impedindo o grupo de crescer. |
Luta |
Pode-se atacar o que ou quem se perceba como responsável pelo estresse, responder com agressão, ao invés de adaptar-se, lidar ou aprender com a situação problema. |
Fuga |
Pode-se sair ou deixar o grupo física ou psicologicamente e não lidar com o estresse nem fazer esforços para removê-lo. Desligamento, pouco envolvimento. |
União |
Pode-se, através de relações pessoais mais íntimas, expressar livremente sua ansiedade, descobrir como os outros se sentem, compartilhar sentimentos. Sentimento de co-responsabilidade, de comprometimento. Orientação para resolução de problemas, de aprendizagem, de apoio aos outros. Indicativo de maturidade. |
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Homeostase - o equilíbrio do desequilíbrio
Por Raúl Candeloro
Edição 04/2012 - Revista Liderança
Homeostase, segundo a Wikipedia, é a capacidade de um sistema aberto de autorregular-se, buscando o equilíbrio. O melhor exemplo que conheço para isso é o termostato: você coloca uma temperatura que quer manter padrão – por exemplo, 21º. Se estiver mais frio do que isso, o termostato liga o aquecedor e esquenta o ambiente até chegar aos 21º, e se desliga automaticamente. Se estiver mais quente, esfria o ambiente até chegar aos 21º e também se desliga após alcançar a temperatura desejada. O termostato está sempre lá, controlando e tomando as decisões necessárias para colocar o sistema no equilíbrio decidido.
Em ambientes corporativos acontece uma coisa muito parecida. O que é chamado de “cultura da empresa” é, na verdade, uma homeostase. Todas as pessoas têm personalidades diferentes, mas, ao chegar ao ambiente corporativo, começam a se “moldar”, buscando entrar em equilíbrio com o meio. Isso é reforçado pelo sistema de recompensas e castigos que todo grupo tem. Quando algo sai muito da média, seja para cima, seja para baixo, o sistema entra em ação e imediatamente coloca as coisas em ordem, ou por um superior hierárquico, ou por um departamento de controle, ou pelo próprio grupo.
A homeostase é essencial para a vida e para as empresas, mas ela tem um problema: sua função é manter o equilíbrio, mesmo que o resultado seja ruim, e para ela não há como controlar a qualidade. O exemplo típico é uma pessoa obesa e sedentária, que decide entrar em forma. Ela vai para a academia, sobe na esteira e, em cinco minutos, seu coração dispara, ela não consegue respirar, a cabeça e o corpo doem... “Pare, você está me matando!”, diz a voz interior. Se a pessoa não tiver força de vontade e persistência agindo como uma força externa, com certeza vai desistir e dizer: “Não adianta, não nasci para isso”.
Nesses casos, quando muda a temperatura, a pressão e o batimento cardíaco, o cérebro imediatamente entra em alerta e começa a dar ordens alucinadas: “Pare imediatamente com isso e volte à normalidade!”, e a normalidade é a acomodação e a preguiça de antes.
Note que a nossa casa é um microssistema e ali também existe um “equilíbrio”, o mesmo que se criou com a pessoa obesa no sistema, ou seja, todo mundo tem uma imagem dessa pessoa já formada. E quando ela decide mudar, provoca um desequilíbrio no sistema (e não só nela). Por isso é tão comum alguém que está querendo mudar reclamar das críticas e da falta de apoio das pessoas mais próximas. É que TODO o sistema precisa se reequilibrar – as pessoas à volta também precisam se redefinir, redefinir o outro, redefinir seu relacionamento, etc. Ao sair da SUA zona de conforto, ele acaba tirando TODOS da zona de conforto – e isso incomoda!
Pegue como exemplo uma família em que os pais brigam e a casa fica em polvorosa. Por alguns dias fica um clima pesado e negativo dentro da casa, e então a coisa vai acalmando, todo mundo esquece (ou finge esquecer) o ocorrido e a vida volta ao normal. Um mês depois... a confusão acontece de novo.
Para quem vive nessa casa, isso é normal. Um equilíbrio acaba sendo criado naquilo que de fora parece um desequilíbrio. Ali dentro todo mundo aprende a reconhecer essas tempestades e a conviver com elas.
O mesmo acontece nas empresas, todos os dias. Troque “pai/mãe” por “chefe” e “filhos” por “subordinados” e veja quão interessante fica a história. Por isso é tão difícil mudar. Aliás, entender esse processo de “tendência da volta à média” é justamente o primeiro passo para que a mudança realmente ocorra.
Uma pessoa que procura se desenvolver e crescer está saindo da sua zona de conforto. Tudo muito louvável. Então, seria de se esperar que encontrasse grande apoio entre os colegas, certo? Pois é, mas, às vezes, o grupo “isola” essa pessoa porque ela está provocando marolas. E quem ganha com tudo isso? Os acomodados, que querem que o sistema volte à média.
Empresas que querem realmente crescer precisam aprender a lidar de maneira positiva e aberta com isso. Não adianta lutar contra – a homeostase sempre existirá. É preciso ter uma força externa firme, contínua, persistente e alinhada que ajude o sistema a se reequilibrar, mas em um patamar mais alto, e assim sucessivamente, sempre buscando a melhoria. Esse é o verdadeiro espírito e a verdadeira função de um líder Small Giant.
Abraços com força externa firme, contínua, persistente e alinhada
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