sábado, 14 de abril de 2012

APRENDENDO A TRABALHAR EM TIME

Autor:
Marcelo Karam Guerra


Estaremos enganados se pensarmos que todo grupo, seja em escola ou ambiente de trabalho, ao receber uma tarefa, encontrará, natural e rapidamente uma forma de trabalhar em cooperação, em um clima de satisfação e de resultado.
Trabalhar em grupo e com grupo é um processo de aprendizagem. Requer adquirir conhecimento e desenvolver habilidades pessoais e interpessoais.


ENTENDENDO GRUPOS

Pode-se analisar um grupo através de sua composição, estrutura e ambiente. Neste caso, estudam-se as pessoas que compõem o grupo, as posições relativas que elas ocupam no grupo, suas relações entre si e o espaço físico e psicológico do grupo.
Pode-se também, estudar um grupo considerando sua dinâmica, os componentes que constituem forças em ação e que determinam os processos de grupo.
Visualizando-se o grupo como um campo de forças em que umas concorrem para movimentos de progresso do grupo e outras para dificuldades ou retrocesso do grupo, algumas delas ressaltam no funcionamento grupal. São elas: Objetivos; Motivação; Comunicação; Processo Decisório; Relacionamento; Liderança; Inovação.
Estes elementos influem na definição de normas, funcionamento e estabelecimento do ânimo do grupo.

COMPONENTES PRINCIPAIS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO
Para compreender o momento do grupo, várias indagações podem ser feitas a respeito dos componentes principais:

Objetivos

Há um objetivo comum a todos os membros do grupo?
Até que ponto este objetivo é suficientemente claro, compreendido e aceito por todos?

Motivação

Qual o nível de interesse e entusiasmo pelas atividades do grupo?
Quanta energia individual é canalizada para o grupo? Para a busca do resultado? No foco da solução de problemas? 

Comunicação

Todos falam livremente ou há bloqueios no grupo?
Há espontaneidade nas colocações ou cautela deliberada? Há troca de feedback, aberto e direto? A comunicação é eficiente, assertiva e significativa? Há entendimento quando as pessoas se comunicam ou existem muitos ruídos na comunicação?

Processo Decisório

Como são tomadas as decisões no grupo?
Com que frequência as decisões são unilaterais, por imposição de quem detém o poder? Ou elas são discutidas com a participação dos membros do grupo, buscando o consenso.

 Relacionamento

As relações entre os membros são harmoniosas, propícias à cooperação e ao diálogo?
As relações mostram-se conflitivas e indicam competição (ganha – perde) clara ou velada, entre os membros?

Liderança

Como é exercida a liderança? Quem a exerce? Em que circunstâncias?
Quais os estilos de liderança mais usuais no grupo? Como se distribui o poder no grupo?

Inovação

Como são recebidas ideias novas, sugestões de mudanças nos procedimentos?
Até que ponto exercita-se a criatividade no grupo? Como o grupo lida com o erro (busca pelos culpados ou oportuniza aprendizagem e melhoria)?
As pessoas que compõem o grupo trazem seus valores, sua filosofia e orientações de vida. A interação permite conhecimento mútuo e identificação de alguns pontos comuns que servirão de base para a elaboração de normas coletivas.

MODALIDADE DE INTERAÇÃO GRUPAL

A interação humana é multidimensional. O processo de interação humana supõe necessariamente comunicação, mesmo que exista intenção contrária. Estamos sempre comunicando algo, seja por meio de palavras ou outros meios não-verbais, tais como gestos, postura corporal, posição e distância em relação aos outros.
O simples fato de estar em presença do outro modifica o contexto perceptivo de cada um, promovendo interação – que afinal é comunicação – com mensagens emitidas e recebidas de cada participante da situação conjunta. Quando alguém, em presença de outros, fica silencioso, afasta-se, vira-se de costas, etc., na verdade está interagindo e comunicando algo aos demais, como por exemplo, disposição para não dialogar, constrangimento, ressentimento, agressão ou qualquer outro sentimento negativo.
O problema é que existem interesses e necessidades ocultas que afastam os membros do grupo de suas tarefas óbvias
Assim, em uma sala de aula, um aluno desatento (por estar preso à algum problema familiar), outro agressivo(porque é a forma como se defende da interação com outras pessoas e é competitivo), unem-se a outro bastante disperso e brincalhão(porque seu real
interesse é o esporte) e divide as forças do grupo, que teria todas as condições intelectuais de aprender determinado conteúdo em menos tempo.
Quando cada aluno cruza a porta da sala de aula, todo o grupo se transforma em um caldeirão de emoções conflitantes algumas positivas outras não, mas que interferem favoravelmente ou não na realização da tarefa.
Para fazer com que o grupo aperfeiçoe seus recursos e aprenda melhor as situações é fundamental considerar as modalidades de interação.

Modalidade Tarefa

Este modo de agir é pensar sobre a situação conscientemente, procurar e aplicar princípios, buscar dados necessários e relevantes, elaborar soluções para as dificuldades. Envolve tentativas de compreender e lidar com as realidades da situação e de análise de fatores importantes como base para qualquer ação que possa ser efetuada.

Modalidades Emocionais

É um segundo modo de reagir que consiste em responder emocionalmente à situação. As respostas emocionais podem tomar várias formas.
Dependência
As pessoas ficam passivas esperando o que fazer e esperam o professor ou líder definir o que devem fazer. Se isto não ocorre, podem ficar irritados e o culpam por isto. Se o líder atende a esta expectativa constantemente, reforça a atitude imatura e dependente, impedindo o grupo de crescer.

Luta

Pode-se atacar o que ou quem se perceba como responsável pelo estresse, responder com agressão, ao invés de adaptar-se, lidar ou aprender com a situação problema.

Fuga 

Pode-se sair ou deixar o grupo física ou psicologicamente e não lidar com o estresse nem fazer esforços para removê-lo. Desligamento, pouco envolvimento.

União

Pode-se, através de relações pessoais mais íntimas, expressar livremente sua ansiedade, descobrir como os outros se sentem, compartilhar sentimentos. Sentimento de co-responsabilidade, de comprometimento. 

Orientação para resolução de problemas, de aprendizagem, de apoio aos outros. Indicativo de maturidade.

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