quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Fuja da mediocridade




por Seth Godin



A maioria das pessoas não quer trabalhar, quer apenas cumprir horário sem fazer muito esforço e ganhar dinheiro com essa “fórmula mágica”. Eu, por muitas vezes, já tive esse pensamento ao fazer exercícios físicos na faculdade - e confesso, foi horrível para mim e para o professor. Há, entretanto, pessoas que vão além - pedem mais, correm atrás do que precisam e fazem as coisas acontecerem. Essas pessoas acabam cansadas, extenuadas de tanta carga de trabalho; entretanto, estão com o senso de dever cumprido. E você, cumpriu a sua meta hoje? Ou faz parte da minoria e foi além do necessário? Veja, nestes dois textos que escrevi, o que o mercado está exigindo atualmente dos colaboradores em termos de produção e atitude.

A base do profissional
Se você apenas aparece quando quer algo, nós deixaremos isso público. Se você aprende apenas o mínimo necessário para resolver um problema, você ficará para trás. Se essas escolhas de curto prazo te deixam focado apenas no que é urgente, você nunca chegará a fazer algo importante.

Um profissional de vendas se nega a fazer parte do ciclo: ligação fria/venda/vai para a próxima ligação. Um pedido urgente do seu chefe, 15 minutos antes do fim do expediente, não é motivo para você deixar de realizar uma abordagem consistente. Isso porque ligações frias são dolorosas e raramente resultam em uma venda. O bom profissional de vendas sabe que desistir de uma possível (difícil) venda e seguir adiante é perder uma oportunidade para ambos – você e a pessoa para quem está trabalhando.

Um programador inseguro, que pega um material relevante sem entender o contexto ou o que significa exatamente, irá se encontrar, em poucos dias, novamente no mesmo estado de ignorância em relação a outro trabalho. O político que apenas aparece quando precisa levantar certa quantia de dinheiro junto ao seu eleitorado (ou no momento de tentar se reeleger) provavelmente não será bem-sucedido. Nós lembramos o que você fez quando não precisou de nós de maneira, digamos, tão urgente.

Se você vai fazer uma carreira – e é claro que você irá, se quiser prosperar na vida –, isso significa investir em tempo para entender mais do seu campo de especialização. Isso significa também investir, talvez excessivamente, em relacionamentos muito antes de ter o seu interesse em fazê-lo. Por isso digo “investimento”.

Quando as decisões que importam se fazem presente à sua cidade, ou a qualquer outra, é muito mais fácil ajudar alguém que se mudou para a cidade, criou raízes e contribuiu para a comunidade do que qualquer “objeto brilhante e chamativo” (político?) que apareça apenas alguns dias atrás e se apresente como um solucionador de problemas. Não há comprometimento, mas oportunismo.

Barra de exercícios
Eu conheço algumas pessoas que trabalham duro para trabalhar menos. Essa era a minha estratégia nas aulas de educação física na faculdade. Não só fazia o mínimo permitido como me esforçava para fazer um pouco menos. Quando o semestre terminasse, o professor ficaria aliviado se eu não aparecesse mais. Muitas pessoas procuram conhecer a média. Elas imaginam o que é esperado delas e o fazem.

Poucas pessoas, muito poucas, trabalham sem parar para aumentar a média. São as que demandam mais em projetos, apresentam notas superiores, pesquisam, sugerem e exigem. Estar acima da média é cansativo, não há dúvida. Entretanto, eu não acredito que as pessoas que realizam esse comportamento aparentemente danoso fariam de outra maneira. Elas experimentam um dia diferente, uma jornada diversa e uma reputação diferente de todos os outros.

Por que fazer isso agora? Por que estar acima da média é mais do que um esforço egoísta do seu superior para fazer a equipe trabalhar mais? Simples. Essa é a era pós-industrial. Sucesso não é acelerar a linha de produção, mas confiar nas pessoas para criar o desenvolvimento. Quem for capaz de fazer esse tipo de trabalho será mais demandado do que nunca.

Tradução: Raphael Schnabel


 

Seth Godin é empreendedor, blogueiro e autor de diversos livros, entre eles Vaca roxa e Marketing da permissão. Fundou e foi CEO de uma das primeiras companhias de marketing on-line.

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