quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Recursos Humanos: Braskem aposta em autonomia e confiança



Levar valores pessoais como confiança, humildade e simplicidade para a sua vida corporativa é a base essencial para um bom desempenho profissional. A afirmação é do vice-presidente de pessoas e organização da Braskem, Marcelo Arantes. “Quando você é educado com esses valores, você leva isso para o trabalho. Pessoas que praticam esses valores na vida pessoal adaptam-se facilmente à cultura da nossa organização”, ressalta.
Com essa base é possível que os profissionais tenham mais autonomia. Uma das características do executivo é justamente disseminar na empresa a cultura de delegar responsabilidades. Por causa dessas boas práticas, Arantes recebeu no final do ano passado o Prêmio Você RH, na categoria Profissional do Ano e o título de Melhor RH do Ano.

A iniciativa da Editora Abril, correalizada pela empresa Alelo, reconheceu o trabalho dos gestores de pessoas que se sobressaíram em 2011. “O prêmio foi uma surpresa para mim. É um reconhecimento daquilo em que acredito, de bastante trabalho e dedicação. Além disso, dá mais peso na hora de ser um bom exemplo para outros profissionais”, afirma.
Arantes está há quase dois anos na Braskem, mas atua há mais de duas décadas na área de RH de diversos setores, como os de energia e automotivo. O executivo acredita que sua paixão por pessoas e pelo desenvolvimento humano seja a principal motivação para lidar com essa área.

A prática de delegar mais e centralizar menos já é uma característica da cultura da empresa desde o início de sua atuação. De acordo com Arantes, a organização tem como premissa a confiança nas pessoas. “Quando alguém é contratado já é considerado confiável desde o início, no marco zero da sua trajetória na empresa. Por isso, essa pessoa tem autonomia para fazer como acredita que seja a melhor forma. Isso vale para todos e não apenas para os líderes”, explica.

O executivo acrescenta que há um investimento máximo no profissional para que seja possível partilhar os resultados no final. “Isso não quer dizer que não haja erro, mas ao olhar um fracasso, podemos vê-lo como aprendizado”, ressalta. Nesse tipo de cultura, segundo Arantes, o profissional pode dizer que não sabe resolver determinada questão e pode admitir que errou. “Só não deve haver mentiras para não quebrar a confiança”, afirma.

Os profissionais reagem bem a esse formato, de acordo com Arantes. A grande maioria formada na organização já tem esse traço de autonomia. Quem veio de fora ou de aquisições de outras empresas acaba se adaptando. “Pessoas mais centralizadoras sofrem e precisam ter mais disposição para aprender a agir assim. De qualquer forma, sempre é dada essa oportunidade de aprendizado”, destaca o executivo.

Adotar um modelo menos centralizador é possível, mas na opinião de Arantes não existe modelo certo ou errado. ”Depende muito e é inerente à característica do negócio. O que é fundamental é que seja adequado à cultura da empresa”, afirma. No entanto, o executivo ressalta que o que não pode acontecer é que as práticas sejam diferentes daquilo que é dito. 

“É preciso ser coerente”.

Entre os benefícios que esse modelo de gestão traz ao negócio, o executivo cita o fato dos funcionários se sentirem como donos do negócio e essa prática forma líderes mais naturalmente, além de proporcionar engajamento das equipes. “A partir do momento que você delega autonomia, você propicia novos negócios e também novos empresários. À medida que as pessoas crescem, os negócios também prosperam”, conclui.

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